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O prefeito Firmino Filho disse, em entrevista a TV Clube nesta quarta-feira (4), que a prefeitura deve entrar no impasse entre os empresários do transporte público e os trabalhadores dos ônibus. A proposta da prefeitura é custear o vale-alimentação e plano de saúde dos trabalhadores, para que a categoria retorne aos postos de trabalho.
A expectativa do prefeito é que a greve seja encerrada nesta quinta-feira (5). Motoristas e cobradores de ônibus de Teresina estão em greve desde o dia 28 de outubro. Empresários e trabalhadores estão em um impasse que já causou três greves apenas em 2020.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Público (Sintetro), desde o início da pandemia os empresários se negam a pagar o vale-alimentação e plano de saúde dos trabalhadores, benefícios garantidos anualmente em acordos coletivos. Os motoristas e cobradores estão trabalhando com redução de 70% da carga horária e dos salários, e exigem os benefícios.
Motoristas e cobradores de ônibus paralisaram atividades em Teresina — Foto: Reprodução/TV Clube
De acordo com o Setut, as empresas de ônibus não têm recursos suficientes para pagar os benefícios aos funcionários. O sindicato argumenta que, desde o início da pandemia, com as recomendações de distanciamento social, o número de passageiros caiu drasticamente.
O conflito tem sido intermediado pelo Tribunal Regional do Trabalho. Uma nova sessão havia sido marcada na sede do TRT nesta quarta-feira (4), entre os trabalhadores, os empresários e a Justiça, mas foi adiada.
Segundo Firmino Filho, a prefeitura irá arcar com recursos para custear o vale-alimentação e o plano de saúde dos trabalhadores, de modo que as partes cheguem assim a um acordo pelo fim da greve.
Tribunal Regional do Trabalho, em Teresina — Foto: Divulgação/Cenajus
O diretor de comunicação do Sintetro, Miguel Moura, informou que, em uma assembleia realizada nesta terça-feira (3), a categoria decidiu aceitar a proposta somente se a prefeitura oficializar o compromisso por escrito.
Agora, de acordo com o prefeito, a prefeitura aguarda que as empresas entreguem as listas de funcionários que devem receber os benefícios.
“A informação que está faltando, para que se possa chegar a esse denominador, é justamente o quantitativo daqueles que vão ser contemplados com essa medida. Mas eu tenho certeza que é uma questão de horas, e estamos trabalhando para que amanhã essa greve já tenha terminado”, disse.
Passageiros esperam ônibus em parada no Centro de Teresina — Foto: Reprodução/TV Clube
A primeira paralisação aconteceu em 15 de maio, quando os motoristas pediram por melhores condições de trabalho e medidas de prevenção à Covid-19. Em seguida, as reivindicações se adequaram à demanda da Covid-19, já que muitos contratos de motoristas e cobradores foram suspensos e todos perderam ticket alimentação e planos de saúde.
Com a volta das atividades econômicas e as flexibilizações do comércio de Teresina em julho, o retorno dos ônibus era necessário, mas o Sintetro mantinha a greve e os trabalhadores do transporte coletivo se recusavam a voltar com suas atividades.
No dia 8 de julho, após decisão da Justiça do Piauí, o sindicato passou a cumprir os 30% de frota durante os horários normais e nos horários de pico 70% da frota permitida circular durante a pandemia, fazia os percursos.
No dia 11 de agosto, o sindicato suspendeu a greve e os ônibus passaram a circular com 100% da frota da pandemia (120 ônibus). Antes da pandemia, eram 400 ônibus. O Sintetro alegou, na época, que os trabalhadores temiam perder seus empregos e continuarem com contratos suspensos.
O sindicato deflagrou a greve pela segunda vez no dia 13 de outubro, ainda sem acordo com o Setut para negociar a norma coletiva de trabalho e garantir o direito ao plano de saúde e ticket alimentação.
No dia 14 de outubro, os motoristas e cobradores de ônibus decidiram pela suspensão da greve. De acordo com a categoria, a decisão veio após o Tribunal Regional do Trabalho do Piauí (TRT-PI) determinar que as empresas de ônibus paguem vale-alimentação e plano de saúde, duas das principais reivindicações do movimento. O Setut afirmou que recorreria da decisão.
As atividades foram paralisadas pela terceira vez neste ano no dia 28 de outubro. A categoria deflagrou greve após o Setut apresentar um recurso diante da determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Piauí, pelo pagamento dos vale-alimentação e plano de saúde a trabalhadores.
Fonte: G1.com